quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Carnaval/blocos - Cordão da Bola Preta na otica do carioca




Para não dizer que nao postei nada de carnaval.
Em 1999 passei boa parte do carnaval no Rio, fiquei de sexta a segunda, voltando para o Bloco da Dona Palmira na terça que saía de frente ao Cimples SambaEChoro, no Balneario Guarapari, litoral aqui do Paraná. Durou 6 anos. Em 2005 montei o bloco da Preguiça - Concentra, espreguiça, mas nunca sai, em Curitiba . Estão em ferias (os blocos) por enquanto, tanto pela escassez do dinheiro, quanto pela namorada meio reticente com muita festa (ja foi! - casou com outro). Mas eram basicamente de marchinhas etilicas.
Bom, surtei - vamos ao assunto. Carnaval e blocos!
Cheguei no finalzinho do Bola Preta, atrasado pois tinha pego pesado nos giros por diversos blocos na noite anterior. Adoro marchinhas e também concordo com o texto que voces vão ter abaixo, que fala do Bola Preta, entre no blog e lerá sobre outros blocos do Rio e opina sobre marchas e sambas.

"Não é preciso muito esforço para juntar multidão. Basta reunir os primos do Nei Lopes, os filhos do jornalista Fernando Paulino Neto (o Nando, também conhecido como Coelho) e os afilhados da Beth Carvalho. Acrescente os fundadores do PT (engraçado, até gente que em 1980 torcia para os militares não largarem a rapadura hoje diz que fundou aquele ex-partido) e os desafetos do Galvão Bueno. Junte os puxa-sacos do presidente em exercício, seja ele quem for. Pronto! Mais de 200 mil pessoas pulando e se divertindo no Cordão da Bola Preta. Pulando e se divertindo? Quem dera. Já foi tempo. O Bola saía da Cinelândia, seguia um quarteirão da Araújo Porto Alegre, dobrava na Rua México, festejava na Nilo Peçanha, atravessava a Rio Branco, tomava um banho de mangueira na Rua da Carioca e circundava a Praça Tiradentes, de lá voltando ao ponto de origem, triunfal, ocupando a Rio Branco tomada de gente animada de todas as idades.O bloco cresceu demais e ficou grande para certos trechos do Centro do Rio. Durante uns dois ou três anos, o trajeto foi mudado. O cordão passou pela espaçosa Presidente Antônio Carlos, em lugar da acanhada México. Foi bom, mas continuou crescendo e a Araújo Porto Alegre ficou inviável. Há vários anos, o Bola festeja apenas na Rio Branco, indo da Cinelândia até a Candelária, e voltando.Já dava para brincar melhor, pois não? Mas sempre tem uns filhos da puta que atrapalham a diversão do povo. No caso, um monte de babacas – e nenhum tem parentesco com o Nei ou com o Nando – de todas as idades que ficam parados, feitos dois de paus, na frente do caminhão com a orquestra. Virou programa ir ao desfile do Bola só para atrapalhar. Já ouvi garotão musculoso e menininha saradona berrando no celular, latinha de cerveja na mão:“Manhêêê! Tô aqui pulando no Bola. O carnaval do Rio é o máááximo! Como? Não estou entenDEEENdo! Tá tudo bem, vou desligar!!!”.Que vontade de ver o caminhão passando por cima desses chatos, os seguranças do Bola enfiando a raquete neles!Não sei ainda o que fazer na manhã de sábado de carnaval, há tantos anos, mesmo sob aguaceiros, preenchida pelo querido Cordão da Bola Preta. No domingo, ainda dá para ir ao Boitatá. Segunda de carnaval, que era talvez a parte mais sem graça do tríduo momesco, parece que deu uma levantada. Terça, bem, terça é um mistério. Soube que um dos melhores blocos – o Se Melhorar, Afunda, aqui de Niterói – fechou as portas e um grupo montou um bloco que sai na Zona Sul cantando músicas de Roberto Carlos (!!!) em ritmo de marchinhas.Tem “nêgo bêbo” aí, tem "nêgo bêbo" aí!
Postado por José Sergio Rocha
(PS. nao deixe de ler a postagem anterior a esta no blog dele)

Quero ver as cadeiras bulir - samba da Bahia

























Vejam a materia do Diario do Nordeste sobre o projeto da Beth Carvalho. O show tem a participaçao do nosso queridissimo e baita instrumentista Humberto Araujo. O problema como sempre é o preço R$ 42,00 - salgado, apesar de das 31 faixas. Para motiva-los vai o inicio da materia e depois entrem no endereço abaixo.

"Beth Carvalho realizou um antigo desejo ao lançar o DVD “Beth Carvalho canta o samba da Bahia”, com direito a documentário sobre o samba de roda, patrimônio imaterial da humanidade, tombado pela Unesco"
outro trecho da materia:
"Um caminho que acabou contando com as interferências de outros sambistas baianos, nomes como Assis Valente, Gordurinha, Dorival Caymmi (a quem o projeto é dedicado), além dos persistentes atuais mantenedores do ritmo, hoje pouco cuidado na própria Bahia. “Se a Bahia é a mãe do samba, ela é uma péssima mãe”, lamenta o sambista Roque Ferreira, nos extras, no importante documentário “Quero ver as cadeira bulir”, dirigido por Marta Jourdan (com entrevistas e manifestações no Recôncavo Baiano, entre velhos mantenedores do ritmo. Confira o box abaixo). Portanto, mais do que justificável toda a expectativa de Beth em torno do seu projeto."
- um outro comentario e critica + polemicas com relaçao a Mangueira na materia do jornal "o Dia" do Rio:
fonte: Diario do Nordeste - caderno 3 - 14/11/2007
imagens: Filhos da Pitangueira, Roerto Mendes, Nelson Rufino, Walter Queiroz, Edil Pacheco, Assis Valente, Gordurinha, Dorival Caymmi, Riachão, Mariene de Castro, Roque Ferreira, Beth Carvalho (via busca google).

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Improviso - Tantinho, Marquinho China, Clementina







Lançado no Rio em dezembro 2008 o livro/cd "Na Ponta do Verso - Poesia de improviso no Brasil".
No lançamento estiveram presentes o Tantinho e o Marquinho China.
Trata-se de uma coletânea de gravações e artigos sobre alguns gêneros ou formas de poesia oral improvisada presentes no Brasil.
O partido alto, é claro, não poderia ficar de fora quando o assunto é poesia oral. O artigo do livro que trata do assunto foi escrito por Nei Lopes, mestre no assunto.
A organização do projeto foi de Alexandre Pimentel e Joana Corrêa, da Associação Cultural Caburé. o livro apresenta nove artigos inéditos e um prefácio escrito por Elizabeth Travassos, professora de Antropologia e Etnomusicologia da UNIRIO e pesquisadora do CNPq. O material conta ainda com um CD com 16 gravações de períodos variados (incluindo registros feitos pela Missão de 38, coordenada por Mário de Andrade, uma faixa do primeiro CD de Clementina de Jesus - o partido-alto Barracão é seu, com João da Gente - até gravações recentes, feitas pela própria Associação Cultural Caburé, além de fonogramas cedidos por autores, intérpretes e produtores fonográficos).
As faixas:
01) PAJADA - Chimarrão e Poesia
02) CANTORIA DE VIOLA/Sextilha
03) COCO DE EMBOLADA - Boi Tungão!
04) PARTIDO ALTO - Barracão é seu - Intérpretes: Clementina de Jesus e João da Gente
05) MARACATU DE BAQUE SOLTO/Samba em dez - Tecnologia -
06) FOLIA DE REIS - Chula do Palhaço Chiquinho Feijó
07) CALANGO/Calango na Linha do Simitão
08) CURURU/Carreira de São João - 1º cantador
09) CURURU/Carreira de São João - 2º cantador
10) CANTORIA DE VIOLA/Martelo Agalopado
11) COCO DE EMBOLADA - Cachorro do Patrão
12) PARTIDO ALTO/Partido Cortado - Tute de Madame - Intérpretes: Tantinho da Mangueira e Marquinho China
13) FOLIA DE REIS - Chula do Palhaço Gigante
14) PAJADA - Motivos do Pajador
15) MARACATU DE BAQUE SOLTO/Galope
16) ABOIO - Aboio Improvisado
fonte e texto: Texto: sitio agenda samba-choro.

Shows de samba e choro


Achei um blog que traz sempre informações sobre shows no Rio e agenda de sambistas (de repente trazemos algum para cá), copiei uma delas de um show do Nei Lopes para termos uma ideia do formato, ja aproveitando os resumos de carreira no Nei, Quinteto em Branco e Preto e Rui Quaresma:


A VEZ DO MORRO, COM NEI LOPES E GRANDES NOMES
A Vez do Morro chega à Caixa Cultural Rio.
Foto: Divulgação

A CAIXA Cultural apresenta, nos dias 13 e 14 de novembro, “A Vez do Morro”, show que homenageia a cultura de antigos e atuais morros através do samba. O espetáculo mostra, nos arranjos de vários estilos e na forma de interpretar, como dialogar com as outras “vozes” que ecoam das comunidades. O anfitrião do show será seu idealizador, o compositor e intérprete Nei Lopes, acompanhado do Quinteto em Branco e Preto, do violonista e arranjador Ruy Quaresma e do saxofonista Zé Carlos Bigorna. A cantora Sanny Alves também fará participação especial.

Nascido no subúrbio do Rio de Janeiro, Nei Lopes abandonou a carreira de advogado, nos anos 70 para dedicar-se à música e, mais tarde, à literatura. Compositor profissional desde 72, destacou-se pela sua parceria com Wilson Moreira, cujas obras foram gravadas por quase todos os grandes intérpretes do samba.

O Quinteto em Branco e Preto é considerado pela crítica um dos mais importantes conjuntos da nova geração do samba. Criado em 1997 por jovens músicos da periferia de São Paulo, já dividiu o palco com grandes artistas como Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Maria Bethania, Gilberto Gil, Daniela Mercuri, Ivete Sangalo, Margarete Meneses, Elton Medeiros, Nelson Sargento, Jair do Cavaquinho, Hermínio Bello de Carvalho, Dudu Nobre e muitos outros.

Ruy Quaresma é violonista, compositor, arranjador, regente e produtor musical. Estreou como arranjador na Orquestra da TV Globo e na Orquestra da Rádio MEC em 1969. Como compositor teve suas obras gravadas por intérpretes como Ciro Monteiro, MPB 4, Beth Carvalho, Martinho da Vila e Quarteto em Cy. Participou, como músico, de festivais por toda a Europa e África.

O Show A vez no morro – foi selecionado pelo edital 2007 de ocupação dos espaços da CAIXA Cultural. A vez do morro: Dias: 13 e 14 de novembro às 19h30 Local: CAIXA Cultural RJ – Teatro Nelson Rodrigues: Av. República do Chile 230, centro Tel.: 21 2262-5483 / 2262-0942 - Ingressos: R$ 6,00 (inteira); R$ 3,00 (meia-entrada) Bilheteria: quarta a sexta-feira – 15h às 19h

Esquina Carioca - samba e boteco

















Pelos meados de 2000/1999 participei de um encontro da tribuna do sitio agenda samba-choro, no bar Iraja em SP. Por conta disto acabei cliente e numa das visitas acabei um tempão ouvindo, bebendo um chopp do bom (é bem tirado) e batendo papo com Nelson Sargento e sua esposa (ele com violão). Era lançamento de um CD, que acabei enfiando não sei onde. Comprei também o CD Esquina Carioca, realização do Bar. Este roubaram mas deixaram a embalagem que agora repasso algumas paginas para marcar e lembrar do acervo que tinha. Tem algumas letras de sambas conhecidos.
Os creditos ja estao nas fotos (clique para melhor visualizar - 200dpi). Acervo Anildo Guedes

Historia do Samba


Conheci o Fernando no Rio, num dos aniversarios da agenda samba-choro. Figuraço, boa praça. É do blog dele o roubo da presente postagem. Os textos dele sempre são de otimos conteudos e bem fundamentados, não deixem de passear no So doi quando eu Rio - http://www.sodoiquandoeurio.blogspot.com/
Também é um folião de fina linhagem, instrumentista e compositor.
Pequena cartilha para uma história do samba
Introdução
A palavra “samba” é de origem controvertida. Nei Lopes - um dos mais importantes estudiosos da herança cultural africana no Brasil e autor de muitos sambas que a gente vive cantando por aí - assinala que a raiz remota seria a palavra “semba”, que em vários idiomas da grande família lingüística banto (presente nas regiões da atual Angola, Congo e Moçambique) da a idéia de “separação”. Desta palavra teria surgido o termo “disemba”, que no idioma quimbundo (outro da família banto) significa “umbigada”. Essa umbigada é uma espécie de passo de dança em que dois dançarinos se “cumprimentam” tocando-se nos umbigos, ou apenas insinuando esse gesto; passo que é extremamente característico de em um sem número de manifestações dançantes de origem africana que até hoje se praticam no Brasil, como o jongo (RJ e SP), o coco (região Nordeste), o lundu (regiões Norte e Nordeste), o congo (ES e MG), o tambor de crioula (MA) entre outros.
Na segunda metade do século XIX, era corrente para designar diversas expressões de dança derivadas dos batuques africanos trazidos para o Brasil pelos negros escravizados, bem como as reuniões ou ajuntamentos festivos onde essas danças e batuques se praticavam. Esses “sambas” eram freqüentados por negros, escravos, livres e libertos, mulatos e brancos pertencentes às camadas socialmente mais desfavorecidas, o que proporcionou uma progressiva mistura dos ritmos africanos originários com outras espécies de música correntes entre os brancos e mulatos pobres, de origem ou influência européia, como as modinhas.
Até hoje são múltiplas as acepções do vocábulo “samba”, sendo que a mais corrente designa o ritmo nacional por excelência, de compasso binário (2/4), não desaparecendo, entretanto, as que se reportam à dança, à festa e à celebração.
Ainda sobrevivem entre nós expressões como: “vamos a um samba em tal lugar”, ou “vai ter um pagode lá em casa”.
Parte I – Das origens à escola
O samba como gênero musical próprio começa a ser gestado na passagem do século XIX para o século XX, nos bairros de marcada predominância negra na cidade do Rio de Janeiro, a chamada “Pequena África”, que inicialmente compreendia basicamente a zona Portuária e algumas ruas da Zona Central. Isso porque o trabalho da estiva é o que em maior grau pôde abrigar a população negra chegada à Capital da República vinda da zona rural, após a abolição da escravatura. Nestas regiões rapidamente começou a se destacar o núcleo dos negros chegados da cidade de Salvador e de seus entornos, visto que os negros baianos possuíam um grau mais perceptível de organização e consciência cultural. Na Bahia a religião afro-brasileira já se encontrava na época bem mais estruturada e são muitos os episódios relatados de revoltas escravas na capital baiana durante o século XIX. Assim, chegando no Rio de Janeiro, as casas das chamadas tias baianas – dentre as quais a mais famosa foi Tia Ciata, nascida Hilária Batista de Almeida, em Santo Amaro da Purificação - foram se tornando uma espécie de referência cultural, religiosa e de organização social, onde se praticava o culto afro, onde se faziam as festas, organizavam-se as irmandades religiosas e as manifestações carnavalescas etc. Mais do que nunca, esses eventos eram freqüentados não só pelos negros, mas por uma ampla variedade de setores das classes populares, como baixos funcionários públicos ou militares e gente de ofícios autônomos como barbeiros e artesãos. Entre estes era grande o número de músicos, pois que suas ocupações permitiam que se dedicassem ao estudo musical, ainda que muitas vezes superficial, o que não acontecia, por exemplo, com quem estivesse submetido às duríssimas jornadas de trabalho da estiva.
Esta mistura de músicos instrumentais de formação e influência da música profana de origem européia com o elemento africano de acentuada predominância rítmica e percussiva, já tinha originado expressões como o lundu e o choro.
No começo do século XX, ao lado desses, começa a firmar-se também o samba. Então, nas festas das casas das tias baianas, enquanto na sala se praticava o choro, no quintal ou terreiro, na parte traseira, cantava-se e dançava-se os ritmos africanos como o jongo e o caxambu, jogava-se o jogo da pernada (ou batucada, ou samba-duro) e cantava-se o samba. Inicialmente, tratava-se basicamente do samba de partido-alto, modalidade mais tradicional do samba, cantado em forma de desafio por dois ou mais cantores, com uma parte coral em forma de refrão e outra solada, normalmente cantada de improviso.
Os sambas foram, a partir das casas das tias baianas, ganhando o gosto da população e espalhando-se pelos demais redutos de população pobre que iam-se desenvolvendo conforme as zonas centrais da cidade passassem a não mais comportar as grandes massas populares desprovidas de trabalho fixo, nas quais os negros e mestiços formavam a ampla maioria. Assim é que o samba como gênero musical propriamente urbano e original ganha os morros próximos à Zona Central, entre os quais, primeiramente os morros da Favela e de São Carlos e, depois, Mangueira e Salgueiro, para daí espalhar-se pelos subúrbios. Mas se esses sambas de partido-alto, ainda ritmicamente muito próximos aos batuques africanos dos terreiros e macumbas ganhavam a cidade, o samba que pela primeira vez em 1917 chegou ao disco ostentando esse nome, seria um samba menos percussivo e mais próximo do que os ouvidos de então conheciam como “maxixe”, gênero musical especificamente destinado à dança de salões de baile, caracterizado pela coreografia sensual de volteios e rebolados.
Tal como o choro e o lundu, o maxixe também era um dos filhos dessa grande família surgida da mistura da música européia com os ritmos africanos. Como explicar essa diferença?
Os nomes mais importantes dessa época na história que estamos contando são os de Pixinguinha, Donga e João da Baiana. Enquanto o último era um ritmista de mão cheia, os outros dois eram mestres nos instrumentos que executavam, respectivamente a flauta e o violão.
Nesse tempo, não havia a intenção de se compor melodias e letras específicas que fossem entituladas sambas, pois o rádio ainda não existia e o disco engatinhava. Os sambas, como dissemos, surgiam nas festas, com refrões criados na hora ou herdados das tradições musicais há muito cultivadas pelos negros e estrofes improvisadas. Assim o maxixe “Pelo Telefone”, oficialmente o primeiro samba gravado em disco, de autoria de Donga e Mauro de Almeida, nada mais é do que um ajuntamento de vários refrões populares e temas recorrentes nas rodas de partido-alto.
A mudança rítmica do batuque para o maxixe justificava-se porque as classes da elite que tinham acesso aos discos e aparelhos reprodutores estavam mais familiarizadas com esse gênero, enquanto a percussão típica do samba, então presente nas rodas de partido-alto, ainda poderiam soar um tanto “bárbaras” para uma casta social ainda fortemente marcada pelo preconceito e pela cultura branca de matriz européia.
Trata-se da primeira apropriação e alteração dos elementos tradicionais e históricos da cultura do samba em nome de objetivos estranhos ao meio sócio-cultural em que ela se desenvolveu. O chamado samba amaxixado imperou, nas casas de dança, cabarés e nos salões das famílias abastadas até o final da década de 20 e teve como grande mestre o pianista J.B. Silva, o popularíssimo Sinhô.
Entre os inúmeros sambas de sucesso gravados por grandes nomes do disco como Mário Reis e Francisco Alves, o clássico “Jura” está entre os mais conhecidos, tendo há pouco merecido uma regravação de Zeca Pagodinho para servir de tema a uma novela de televisão. Nessa gravação pode-se ter uma boa idéia do tipo de samba que predominou até 1930, pois buscou-se ser fiel ao espírito original da composição.Mas a despeito do reinado do maxixe, o samba ritmado seguiu vivo em todas as comunidades populares de grande presença negra, tendo se fixado ao longo da segunda metade da década de 20 em redutos como a região do Estácio de Sá (entre os morros de São Carlos e Favela), os morros de Mangueira e Salgueiro e o subúrbio de Oswaldo Cruz.
Nesta época, a principal manifestação organizada durante o carnaval ainda eram os ranchos, que tiveram origem humilde, negra também, derivados dos desfiles de pastoris que se celebravam na época do Natal. Mas já nos anos 20, os desfiles de rancho, influenciados por formas carnavalescas européias que primavam pelas fantasias elaboradas e a utilização de carros alegóricos, tinham-se transformado em grandes e elaboradas organizações, com movimentação de consideráveis somas de dinheiro para a organização dos desfiles, não acessíveis, portanto, às classes sociais excluídas. Assim, as camadas populares absorveram dos ranchos a maneira de desfilar em forma de procissão, a utilização de fantasias e as figuras do baliza e da porta-estandarte; das grandes sociedades carnavalescas, absorveram os carros alegóricos; e utilizando a música então mais corrente e popular – o samba – criaram a mais original e importante das manifestações populares do carnaval brasileiro: as escolas de samba.
fonte: http://www.sodoiquandoeurio.blogspot.com/
(continua)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Jacob do Bandolim - 91 anos - 14 fev

14/02/1918 - Jacó do Bandolim - Rio (RJ) - Jacob Pick Bittencourt - faleceu em 13/08/1960.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Clementina de Jesus - 108 anos - e a midia? Cimples Ocio indignação




(clique nas imagens e veja os textos com bom conteúdo)
Clementina de Jesus - 07.02.1901*19.07.1987
Não vi praticamente nada sobre o aniversario da Clementina - são 108 anos de umas maiores vozes do samba - nem uma citação nas TVs ou jornais - podiam ao menos cita-la ja que o centenario da Carmen teve inumeras matérias.
Fica a homenagem e a promessa do Cimples Ocio produzir um evento no ano que vem.
fotos: Fasciculos diversos da Historia do Samba - 1998 - ed. Globo (coordenação Elifas Andreatto)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Carmen Miranda - Cimples Ocio homenagem 100 anos

09/02/1909 * 05/08/1955
Nunca fui muito de ouvir discos da Carmen Miranda, sempre achei os arranjos rebuscados demais. Não sei se penso assim ainda. Coisa da época, de mercado. Mas foi uma artista que divulgou muito o samba. Acima voces observam uma capa e contra-capa para darem uma olhadinha nos compositores e musicas. (clique na imagem para visualizar).
- disco: acervo Anildo Guedes