quarta-feira, 29 de julho de 2009

Bienal do samba



Materia dos fasciculos da Historia do Samba de 1998 - editora Globo - sobre a Bienal do Samba na decada de 70, clique no texto para certificar-se que Milton Nascimento era sambista e que Cartola foi vaiado com o "Tive sim" pela obtenção do 5.o lugar e Clementina interpretando um samba do Joao da Bahiana nem se classificou.
Veja todas as eliminatarias com os compositores e interpretes e outros detalhes e curiosidades do festival no:
http://www.luizamerico.com.br/fundamentais-bienaldosamba.php

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Carnaval, marchinhas e um pouco de história

Vejam lá que blog bom para matar as saudades das marchinhas (dá para ouvir)e saber um pouco da história do carnaval brasileiro:
http://br.geocities.com/locbelvedere/Cronologia39/cronologia1942.htm

veja um dos sucessos do carnaval carioca de 1942 citados:

Emília, samba de Wilson Batista e Haroldo Lobo, gravado na Columbia por Vassourinha:

Quero uma mulher
Que saiba lavar e cozinhar
E de manhã cedo
Me acorde na hora de trabalhar
Só existe uma e sem ela
Eu não vivo em paz
Emília, Emília, Emília
Eu não posso mais

Ninguém sabe igual a ela
Preparar o meu café
Não desfazendo das outras
Emília é mulher
Papai do céu é quem sabe
A falta que ela me faz
Emília, Emília, Emília
Eu não posso mais

Samba, popularidade, produtores e novas cantoras

Dei algumas risadas com a postagem abaixo. Tem citações e opiniões contundentes de Clara, Beth, Herminio, Casquinha, Wilson Moreira, Padeirinho, Candeia, Noca, Carlos Cachaça, rock, LP, mercado e produções de discos de samba.
Estava procurando uma foto do Ismael Silva na sua vinda a Curitiba em 1974 e acabei encontrando esta materia do Aramis. Acabei transportando para época atual e lembrando de algumas conversas sobre pseudo-interpretes de samba do Brasil inteiro. E as produções? Afi!!!!!! A manipulação mercadológica do que vamos ouvir sempre ocorreu nao sei desde quando - talvez iniciada nas vendas de partituras do tempo do Callado e Chiquinha. Vamos á materia:
Sambistas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de julho de 1976
Além de ser uma mulher bonita, comunicativa e hoje uma das artistas que mais fatura no Brasil, a mineira Clara Nunes veio provar que o sambão pode vender muito. Aliás, quem convenceu Clara de seguir este caminho foi seu ex-noivo, o paranaense Adelsom Alves. E com Clara vendendo mais de 400 mil cópias de cada elepe que grava, é natural que outras gravadoras busquem cantoras no mesmo estilo. A RCA Victor convenceu a excelente Beth Carvalho a deixar a Tapecar e agora a Continental lança uma nova sambista, na mesma linha de Clara: Renata Lu. Nascida e criada em Senador Vasconcelos, subúrbio carioca da Central do Brasil, Renata antes de chegar aos sambas da Mangueira e Portela, esteve perdida entre versões de rock, boleros e outros supérfluos.
Aos 22 anos, Renata já tem uma relativa experiência: começou no programa "A Grande Chance" da TV Tupi e chegou a fazer um LP que "agora quero esquecer". E, brasileiramente, se propõe a partir de agora, do lp "Sandália de Prata" (Continental, 1-01-404-131, junho/76). É um elepe válido que poderia ser ótimo: faltou ao produtor Jorge Coutinho, responsável pelas noitadas de samba do Teatro Opinião, maior experiência para fazer um disco forte, como por certo um produtor da sensibilidade de Herminio Belo de Carvalho ou mesmo Sergio Cabral conseguiria. Renata Lu, que em 72 venceu o II Encontro Nacional do Compositor do Samba, com "Quero Sim" (Darci da Mangueira/ Lecy Brandão) é uma cantora de voz agradável, embora por demais apegada ao estilo (de sucesso) de Clara Nunes. Isso, entretanto pode ser superado. E, felizmente, o repertório escolhido para este LP de estréia não poderia ser melhor. Temos sambas do grande Cartola ("Arremedo de um Nada", em parceria com Ismael Silva), Ismael Silva ("Meu Único Desejo"), Heitor dos Prazeres ("Mulher de Malandro"), Nelson Cavaquinho - Guilherme de Brito ("Erva Daninha"), Antonio Candeias Filho (Candeia) e Wilson Moreira ("Afirmação) e do grande Carlos Cachaça (Carlos Moreira de Castro - e não Carlos Aguiar Moreira, como está no encarte do disco) ("Vingança"). Mas outros excelentes compositores populares, embora menos populares também foram reunidos no elepe: Noca Osvaldo Alves Pereira) e Edinho (Edson Correa dos Santos) com "Onde A Cobra é Bicho Manso" o inédito maxixe "Zomba" de Alvarenga (fundador da Portela) e Chandico, "Oto Henrique Drep com "Vem Amor", Pandeirinho (Osvaldo Vitalino) em "Pense Bem" e, a faixa mais comercial (e inexpressiva) do lp, "Sandália de Prata" (David Corrêa - Bebeto Di São João).
Renata Lu é, por enquanto uma promessa. Uma vela promessa para o Samba. Esperamos que, na próxima vez, tenha sorte de encontrar um produtor mais cuidadoso e fazer então um excelente elepe. Como amostra, tudo bem.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Veiculo: Estado do Paraná
Caderno ou Suplemento: Nenhum
Coluna ou Seção: Música
Página: 31
Data: 11/07/1976