quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Blecaute, Risadinha e Noite Ilustrada

Trouxe o Noite Ilustrada aqui para o sul pouco antes de sua morte - cantou em Blumenau e Florianopolis, acompanhado pelo grupo Bom Partido (Floripa) onde o Carlos Raulino, produtor do grupo auxiliou nos shows na Proeb e um clube no continente - fomos de carro de Curitiba a Blumenau - bom papo, fomos ouvindo seus discos - tres ou quatro que eu tinha - reclamou das introduções dos sopros sempre parecidas (Severino Araujo - imposição da gravadora, segundo ele) e contou-me que queria gravar um disco com um regional, onde ele proprio escolheria todo o repertorio - não conseguiu. Segue postagem dos fasciculos da historia do samba de 1998 - Editora Globo, que emprestei da Biblioteca Publica do Parana e escaniei e agora repasso aos poucos para quem não leu. (clique na imagem para ler confortavelmente)

Samba e choro em Curitiba








Segue algumas fotos do povo que faz boa música por aqui.
- Maé da Cuica (bone azul) em roda no Cimples Ocio - 2005
- Compositor Claudio Ribeiro (coleta claro) - 2007 - mesa redonda samba em Curitiba
- Joao Carlos de Freitas (camisa azul) pesquisador e percussionista - cuica
- Mãe Orminda - interprete
- Zezinho do Pandeiro, Gabriel Schuartz (flauta), Vina Chamorro (violão 7) e Juliao Boemio (cavaco) no Cimples Ócio em 2008 (show Ze da Velha e Silverio Pontes).
- Juliao Boemio e Daniel Miranda (sax/clarinete) com Silverio Pontes - out/2008 na cozinha do Cimples Ócio.
- Grupo Combinado Silva Só - fazendo samba na cozinha do Cimples Ócio - 2009
- Daniel Miranda (clarinete) e seu filho Luquinha (cavaco) no Cimples Ócio - 2009
- Daniel Migliavacca (bandolim), Saul Trompete e Daniel Miranda - momento do choro em 2005 - show do Chapinha/Samba da Vela no Cimples Ócio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mauricio Carrilho, Mauro Dias, choro - ano 2000


Faz tempo que não posto nada sobre choro e esta materia fala bastante sobre o genero. E como naquela epoca nem todos acompanhavam o trabalho do Paulo Neves. Vamos lá.
Nem tudo mundo gosta do Mauricio Carrilho, meu senão foi num show aqui em Curitiba quando ele dava aula na oficina de musica - final de janeiro - todas as músicas dele - gostaria que tivessem tocado alguma dos compositores daqui que estavam começando a compor alguma coisa de conteudo - temas de times do futebol do Rio - achei meio fora de esquadro. No mais um grande batalhador da boa música brasileira. a carranca é somente para quem é muito chato na abordagem, estes dias aqui em Curitiba, após show no Teatro Paiol foi muito simpatico comigo.
Estou postando uma materia do ano 2000 do Mauro Dias, jornalista do Estadão, que alguns do meio musical acham que não não entende nada - eu não tenho nada contra e os textos são bons. Encontrei a impressão (molhada) no meio da minha bagunça de papel que levava para o Cimples do litoral (baln. Guarapari - Pontal do Parana- Pr), na época fazia parte da biblioteca do local. Peguei da Agenda Samba-Choro, materia informada pelo Flavio Prado, há 10 anos atras. Segue:
( o disco sumiu - tinha comprado com o Luisinho grande barraca de livros e discos no Rio)
O Estado de São Paulo, 19/12/2000 - Reprodução MAURO DIAS
Maurício Carrilho apresenta sua obra-prima
Violonista, arranjador e compositor, o músico lança seu primeiro CD-solo, pela Acari
Maurício Carrilho foi aluno de Meira e de Radamés Gnattali, com quem aprendeu que só a música boa se faz perene
Lançado pela Acari Records, gravadora independente dedicada ao choro e seus parentes da família da música urbana, a canção, a valsa, a modinha, o samba, está à venda o CD Maurício Carrilho, primeiro trabalho-solo do compositor, violonista e arranjador.
É o grande disco instrumental da década, o que não é dizer pouco. Houve Guingas, houve Quaternaglias, houve Trio Madeira Brasil, houve Bellinattis e até um Baden - para ficar no violão e em poucos personagens que enriqueceram o período. Mas o disco de Maurício Carrilho a todos supera. É uma obra-prima.
Trata-se de um solo de estréia tardio.
Maurício Carrilho tem longa carreira como arranjador e músico acompanhante de cantores ou integrante de formações instrumentais. Tocou com e fez arranjos para Elisete Cardoso, Nara Leão, Chico Buarque, Francis Hime, para o tio Altamiro, para Paulinho da Viola, Chiquinho do Acordeom, Paulo Moura, Joel Nascimento, João Nogueira, Radamés Gnattali.
Compôs com Paulo César Pinheiro e Hermínio Bello de Carvalho, entre outros letristas.
Criou, ao lado do bandolinista Pedro Amorim e do saxofonista e clarinetista Paulo Sérgio Santos o grupo O Trio, que chegou a se apresentar numa edição do Free Jazz e fez a música mais sofisticada do festival, naquele ano de 1997.
Maurício Carrilho, o disco, faz parte do segundo pacote da novíssima gravadora Acari. O selo foi fundado no fim do ano passado, por Maurício e pela cavaquinhista Luciana Rabello.
A eles associou-se, num primeiro momento, o produtor João Carlos Quirino. No primerio pacote, a Acari lançou Luciana Rabello, primeiro trabalho-solo da grande instrumentista, em que ela mostra a face de - também grande - compositora; Leonardo Miranda Toca Joaquim Callado, com o flautista Leonardo Miranda - primeiro título inteiramente dedicado ao mulato Joaquim Antônio da Silva Callado Júnior, nascido em 1848, um dos pilares da música urbana do Rio de Janeiro, autor de Flor Amorosa; e Álvaro Carrilho, do flautista e compositor, irmão de Altamiro. Tudo em família, dirá alguém. Certo, uma família de grandes músicos.
A gravadora foi criada, entre outros motivos, porque não havia espaço para eles e sua música sofisticadíssima nos selos comerciais. Bom, o segundo pacote da Acari Records (Acari é nome de um subúrbio carioca; é nome de um peixe que limpa o fundo dos rios), além do solo de Maurício, traz solo do veterano Índio do Cavaquinho - de fato, Ednaldo Vieira Lima, um genial músico nascido em Alagoas que já tem 76 anos de carreira; e Arranca-Toco, encontro de quatro grandes músicos, CD já lançado no exterior: Maurício - ele, de novo, mais Proveta, no sax e na clarineta, Pedro Amorim, no Bandolim, e Jorginho do Pandeiro.
São seis trabalhos formidáveis, daqueles obrigatórios nas estantes de bom gosto.
Mas é preciso destacar o disco de Maurício. Entre obras formidáveis, a dele é rigorosamente genial.
Maurício Lana Carrilho nasceu no Rio, em 1957, e começou a estudar violão ainda menino. Foi aluno de Dino - o lendário cristalizador da linguagem exclusivamente brasileira do violão de sete cordas - e de Jaime Florence, o Meira, professor, também, de Baden Powell e de Rafael Rabello. Ainda nos anos 70, com Rafael e Luciana, participou da formação histórica Os Carioquinhas, um marco do redescobrimento do choro. O gênero andava sendo subestimado; era tratado com desprezo e considerado coisa velha; Os Carioquinhas foram pontas-de-lança no movimento (não planejado, diga-se) que abriu os olhos da turma para sua eterna novidade. Mais ou menos ao mesmo tempo, Paulinho da Viola dedicava um disco instrumental ao choro - Memórias, Chorando. Depois da experiência com Os Carioquinhas, Maurício passou a integrar outro grupo célebre, a Camerata Carioca, orientada por Radamés Gnattali. O compositor, arranjador e maestro gaúcho foi para o Rio de Janeiro completar os estudos de música erudita, ainda nos anos 20, quando conheceu Ernesto Nazaré. Mas continuou na música clássica. No finalzinho daquela década, tocou, para sustentar-se, em concertos de gala e em teatros e cinemas. Depois, começou a trabalhar em rádio. Dora Beviláqua foi a pianista que interpretou, na estréia, em 1931, sua Rapsódia Brasileira - Radamés começava a tornar-se um chorão. Fez arranjos para Pixinguinha, Lamartine Babo e, naturalmente, começou a compor choros (aliás, o pulso rítmico da Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, foi definido por Radamés; e foi ele quem compôs a introdução famosa, tchan,tchan, tchan - tchan!). Mas, afinal, por que falar tanto de Radamés num texto dedicado a Maurício Carrilho? Porque Radamés mudou tudo o que se fazia de arranjo em música brasileira, combinando a informação erudita com o sotaque da música popular. E Maurício Carrilho aprendeu com ele, enquanto esteve na Camerata Carioca. E desenvolveu o aprendido. É o que apresenta em seu disco. O violoncelo de Hugo Pilger soa sozinho, na primeira faixa, numa melodia de evocação villalobiana, em tom menor, Serenata pro Pilger. Após a exposição do motivo, sinuosa mas sempre descendente, que termina na sétima do tom, vem juntar-se o violino de Bernardo Bessler, e, em contraponto, a flauta de Marcelo Bernardes, o clarinete de Cristiano Alves; em seguida o violão de Maurício; os instrumentos de cordas arqueadas e a flauta alternam-se na posição de solista. Maurício Carrilho define a peça como choro-serenata. É uma obra camerística-urbana-carioca. Os outros instrumentos são o pandeiro de Celsinho Silva, e o contrabaixo de Arismar do Espírito Santo que, aos poucos, muito sutilmente, vai ganhando força rítmica; o violão sobe de plano, expõe a linha da baixaria, o cavaquinho balança; a atmosfera nostálgica não se perde, mas se colore daquele tom de fim de tarde que evoca a esperança, uma possível felicidade. Serenata pro Pilger e as outra 14 músicas do disco são de autoria de Maurício Carrilho, que é o autor também de todos os arranjos e produtor do CD. É uma peça que - como as de Guinga - esgarça a linha de fronteira entre a música popular e a clássica, ou, melhor dizendo, propõe uma linguagem para a música erudita - o choro erudito, aqui - brasileira. O que, no fundo, é uma lição aprendida com Radamés e Villa-Lobos, outra referência obrigatória. A segunda música do disco é quase uma defesa de tese. Chama-se Choro Cubano. "O choro tem vários primos na América Latina. Gêneros musicais com história e estrutura parecidas", escreve Maurício, no encarte do disco. "Depois de conhecer Cuba e provar de sua música, fica difícil não incorporar ao nosso vocabulário muscial algumas melodias e ritmos daquele país", continua - pois é o que faz na peça, rápida, gafieirística. Segue-se a valsa Sinuosa, cujo título denuncia que tipo de desenho melódico será ouvido. Proveta (saxofone tenor) e Jessé Sadoc (flugelhorn) dialogam sobre as sete cordas do violão de Maurício, que volta ao choro saltitante na faixa seguinte, Proveta na Madrugada, homenagem ao amigo paulista. Um Baile em Villa-Boa é uma peça em cinco partes. "Há muito tempo não se fazia uma quadrilha, no Brasil", escreve Maurício. "Talvez uns 80 anos", contabiliza. "Fiquei encantado com essa forma, uma das matrizes do nosso choro, estudando as quadrilhas do pioneiro flautista Joaquim Callado." A delicada construção começa começa em compasso ternário, lento, de melodia circular, e passa para o quaternário, volta ao ternário, um pouco mais compassado, varia sobre o tema do segundo movimento, em expressão pungente, e termina num choro prototípico. A instrumentação é delicada como a peça: violino, clarinete, cavaquinho e violão de sete cordas, sem percussão. Já em Leonardo na Polca, dedicada ao flautista Leonardo Miranda, surge a tuba de Eliezer Rodrigues, substituindo o contrabaixo na marcação do tempo alegre da peça dançante. Segue-se outra polca, O Turbante de Joel, dedicada ao bandolinista, o xote Luzeiro de Paquetá, o choro velos Tio Tamiro na Farra (com solo sapeca do tio Altamiro, sim, senhor), Um Choro pra Anna e um último choro, dedicado a Luciana Rabello, Lulu Espinafrando. Hermínio Bello de Carvalho lembra que Maurício Carrilho, operário da mesma fábrica em que Meira e Radamés fizeram mestrado, aprendeu com eles que só existem duas espécies de música: a boa e a ruim; e que apenas uma é atemporal. Este disco é o som moderno dos 500 anos de Brasil. Se não o encontrar nas lojas, consulte o site www.acari.com.br.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Choro em Curitiba - inscreva-se






O Cimples Ócio vai comemorar o 23 de abril - alem do aniversario de Pixinguinha, temos Geraldo Pereira e Dona Ivone Lara, portanto além do choro, teremos bons sambas na festa,
Segue informaçoes sobre o festival de Curitiba:

Devido à grande procura de músicos de todo o País, as inscrições para o II Festival Curitiba no Choro foram prorrogadas até o dia 5 de fevereiro.
O evento, uma iniciativa do Clube do Choro de Curitiba, é aberto à músicos do Brasil inteiro e tem como principais objetivos incentivar a composição e o desenvolvimento do choro, divulgar a produção dos compositores contemporâneos e popularizar o gênero.
Nesta edição serão aceitos somente choros instrumentais (choro em seu conceito mais amplo, incluindo polcas, maxixes, valsas, etc.). As composições deverão ser inéditas e originais e cada participante poderá inscrever somente um choro.
O regulamento e as fichas de inscrição estão sendo disponibilizadas no site www.festivalcuritibanochoro.com.br. Após o encerramento das inscrições, um comitê irá avaliar as composições e classificar doze candidatos que disputarão uma eliminatória no dia 23 de abril, em Curitiba, em local a ser definido.
Cinco candidatos escolhidos pelo júri vão disputar a final no dia 24, que vai premiar os três primeiros colocados com prêmios em dinheiro de quatro mil reais, dois mil reais e um mil reais, respectivamente para o primeiro, segundo e terceiro colocado.
Além da premiação será oferecida uma ajuda de custo aos doze concorrentes classificados. O violonista João Egashira, que faz a direção artística ao lado do flautista Gabriel Schwartz, comenta que o Festival é consequência de um amadurecimento das atividades promovidas pelo Clube do Choro de Curitiba e que o objetivo principal é estimular e movimentar as pessoas para a criação do choro.
"A composição é a forma de perpetuar o gênero. Além de reverenciar os grandes chorões consagrados, para termos uma continuidade da história do choro é necessário compor. Assim, colocamos elementos da nossa época no que já é consagrado", finaliza.

Serviço
II Festival Curitiba no Choro. Inscrições abertas até o dia 5 de fevereiro. Formulário de inscrições e regulamento podem ser obtidos no site www.festivalcuritibanochoro.com.br.
- fotos: Maerlio - Joao Egashira (diretor festival) e Juliao Boemio e rodas de choro no Cimples Ócio.